História

A Anima foi fundada a 11 de Dezembro de 2003, por um grupo de 11 fundadores.

A ideia de fundar a Anima surgiu do actual Presidente Honorário Vitalício, Albano Martins, quando no início de 2003 foi alertado para a falta de legislação referente à protecção dos animais em Macau.

O nome de “Anima” foi escolhido logo ao princípio. A equipa que começou por dar vida à Anima era constituída pelo actual Presidente Honorário Vitalício, Albano Martins, assim como por Fátima Galvão e Regina Pais, considerados os elementos fundadores. Esta equipa dedicou os seus primeiros esforços à elaboração do Pacto Social da Anima.

À época, não existiam organizações de protecção de animais. Existiram, no entanto, diversas tentativas por parte de várias pessoas para a criação de uma organização que zelasse pelo bem-estar dos animais, mas todas fracassaram por não terem apoio a tempo inteiro de um jurista que lhes redigisse o Pacto Social.

A equipa convidou mais oito amigos para que se tornassem oficialmente elementos fundadores da Organização: Gina Rangel, Guy LesquoyLuk Pui Ki (Paulina), Tamami Ogata, Lai Chou Sam, Maria Antónia Espadinha, António Lopes e Margarida Saraiva, todos eles membros dos primeiros corpos sociais da Anima.

Após a criação da Anima, a direcção decidiu estender a categoria de elemento fundador aos primeiros 50 indivíduos ou instituições que foram, por eles, convidados. Profissionais de relevo, empreendedores e organizadores prontificaram juntar-se à causa da Anima. Dos primeiros 21 membros da direcção da Anima, eleitos em Fevereiro de 2004, nove eram Chineses, nove Portugueses, um Francês, um Australiano e um Inglês.

Os primeiros meses da Anima foram dedicados à sua organização interna. Em 2004, a Anima iniciou as suas actividades com uma conferência de imprensa no World Trade Center.

Anima significa Vida, uma criatura viva que respira ou sopro de vida. O substantivo “animal” deriva da palavra latina de ANIMA.

O objectivo da Anima referido no artigo terceiro do seu Pacto Social, consiste no tratamento adequado, prevenção e/ou repressão da crueldade para com os animais.

Para prossecução dos seus fins a Anima promoverá todas as acções e actividades que contribuam para fomentar a criação e divulgação dos meios legais de protecção e assistência aos animais, bem como a divulgação dos ideais desta Associação através dos meios que forem considerados mais convenientes.

Para tal, a Anima procura:

  1. Ser membro das organizações SPCA (Societies for the Prevention of Cruelty on Animals – Sociedades para a Prevenção da Crueldade para com os Animais)
  2. Incentivar e ajudar as Autoridades a elaborar leis relacionadas com o bem-estar dos animais, bem como a sua correspondente regulamentação;
  3. Cooperar em todas e quaisquer actividades que visem a protecção dos animais, sejam elas organizadas por entidades similares ou por organizações públicas ou privadas;
  4. Esforçar-se pela elaboração de leis que ajudem, protejam e dêem assistência aos animais;
  5. Promover ou participar em seminários, colóquios e conferências, bem como realizar ou colaborar em outras iniciativas consideradas adequadas para os objectivos mencionados.

Desde o início, as receitas da Anima eram constituídas pelas quotas dos sócios (MOP 30 e MOP 10 por mês para adultos e jovens), as vendas de merchandising, donativos (de  indivi­duos e organizações) e caixas de donativos. Mais tarde, o Governo de Macau , através da Fundação Macau e alguns dos grandes casinos vieram prestar apoio à Anima.

Um agradecimento muito especial a quatro pessoas que têm apoiado fortemente a Anima: o ex-Chefe do Executivo de Macau, Dr. Edmund Ho, pelo seu incentivo desde o iní­cio, pela facilitação das primeiras contribuições financeiras para a construção do nosso abrigo e pelo terreno que também foi concedido durante a sua administração; Steve Wynn e sua esposa Andrea Wynn, que se juntaram à nossa causa quando a Anima estava a passar por enormes dificuldades financeiras; e Faye Ho, neta de Stanley Ho, que foi Presidente da Comissão Executiva durante vários anos dando um apoio crucial à Anima através dos seus próprios fundos.

Tanto Edmund Ho como Steve Wynn honraram-nos ao aceitarem a nossa distinção máxima tornando-se Presidentes Honorários Vitali­cios em Junho de 2012. Faye Ho aceitou a posição de Presidente Honorária pelo perí­odo de 2010-2015, conferida na Assembleia Geral da Anima de 2010.

Wynn Resorts (Macau), Sands China e Galaxy Entertainment Group também se juntaram à nossa lista de Doadores de Mérito em 2011. No final de 2013, Rational Live Events (Macau) tornou-se no sexto maior doador da Anima.

Alguns dos problemas que a Anima enfrenta actualmente são semelhantes àqueles que enfrentava no início da sua constituição. Em Macau, como em qualquer parte do Mundo, existem pessoas que são responsáveis e que têm plena consciência de que ter um animal é um compromisso para toda a vida, como também existem pessoas que tratam os animais como meros objectos descartavéis. E por existirem pessoas assim, existe ainda uma grande necessidade de educá-las sobre questões relacionadas com a protecção dos animais, principalmente no que diz respeito à crueldade para com eles.

Uma das estratégias da Anima para combater a crueldade animal é o refoço da educação dos mais novos, ajudando-os a tornarem-se cidadãos mais responsáveis. Este esforço deve também ser estendido a outros sectores de Macau.

A Anima defende o principio de Não-Matar e o principio de Não-Enjaular. A eutanásia só é aceite nos casos em que o animal esteja em sofrimento e onde não exista nenhuma outra alternativa para reduzir e/ou eliminar a sua dor.

A primeira localização do abrigo da Anima foi no lote três da zona “A” do Projecto da Nam Van, sendo posteriormente mudada para a Vila de Hac Sa, em Coloane, e daí­ para o Altinho de Ká-Hó (Coloane) em 2005, após a construção de um abrigo temporário. Actualmente o abrigo temporário continua ainda a existir e alberga a maior parte dos cães da Anima.

Nos primeiros três meses de existência da Anima, existiam cerca de 10 cães e cinco gatos. Hoje, temos cerca de 400 cães e 300 gatos a aguardar por uma nova oportunidade de serem inseridos num ambiente familiar.

Em 2004, a Anima enviou um relatório de nove páginas ao Governo com propostas (imediatas, de curto e médio prazos) para alterar as actuais polí­ticas e regulamentos, de forma a elevar Macau ao mesmo ní­vel dos países ou territórios vizinhos (como Hong Kong e Singapura), no que diz respeito ao bem-estar dos animais.

Mais tarde, em 2012, a Anima enviou uma proposta adicional de um “regulamento administrativo” ao Governo, tendo em consideração que a aprovação de uma lei relativa à protecção dos animais levaria muito tempo, visto que, infelizmente, quer a Assembleia Legislativa de Macau quer o próprio Governo não tinham disponibilidade de agenda para com os animais.

A Anima pediu ao IACM para se juntar à sua causa de modo a consciencializar as pessoas para os direitos dos animais, bem como, para a implementação de leis e regulamentos que facilmente poderiam ser aplicados em Macau. A Anima fez uma série de propostas de políticas que poderiam ser incorporadas nas leis e nos regulamentos do IACM, em relatório enviado em 2004.

Desde esse ano aguardamos a implementação de tais leis que poderiam colocar um fim ao sofrimento dos animais em Macau.

A Anima esteve fortemente empenhada no fecho do Canídromo, onde eram mortos cerca de 30 galgos (jovens e saudáveis) por mês por já não serem considerados competitivos.

A 25 de Novembro de 2009 foi concedido à Anima o estatuto de Associação de Utilidade Pública Administrativa pelo Presidente Executivo da RAE de Macau (China).

Já a 21 de Novembro de 2019 seria concedido o Prémio de Mérito pelo Presidente Executivo da RAE de Macau (China).